Enquanto a maioria dos visitantes da 12ª Feira de Cursos e Profissões da Universidade Federal do Paraná se contenta em conhecer os estandes, tem gente que coloca a mão na massa – ou, nesse caso, o pé no mato. Já virou tradição a trilha promovida pelo projeto de extensão Floresta-Escola, do curso de Engenharia Florestal, que leva os interessados para um passeio educativo no campus Jardim Botânico. O trajeto de aproximadamente 750 metros passa por dentro do Capão do Tigre, trecho remanescente de floresta nativa com uma área de 15 hectares.
Antes de começar a atividade, os alunos da UFPR promovem um momento de descontração com grupo, cantando e dançando uma música de origem indígena, e uma visita rápida ao Centro de Educação Ambiental. Depois dinâmica “quebra gelo”, todos entram na mata, onde são apresentadas espécies de árvores como cambará, cedro, carne-de-vaca, jerivá e, é claro, a conhecida araucária. Ao final do caminho, os participantes chegam a uma floresta plantada, onde aprendem também sobre o pinus.
Focada na preservação ambiental e conscientização sobre sustentabilidade, para a Feira, a visita é adaptada, já que, normalmente, o público-alvo do projeto são crianças do Ensino Fundamental. “Aqui nós podemos desenvolver mais, usar termos mais técnicos. Com as crianças, é mais lúdico, temos mais brincadeiras”, conta Carolina Soldera, integrante do projeto há três anos e estudante do sexto período de Engenharia Florestal. O Floresta-Escola acontece em parceria com a Guarda Municipal de Curitiba, através do programa Guarda Mirim, e toda semana novas turmas participam.
Os monitores são voluntários e bolsistas que aprendem na prática a vencer a timidez pelo contato com os alunos. Dioney Perego, do quarto período de Engenharia Florestal, está participando do projeto de extensão há dois anos. Ele acredita que uma das coisas mais importantes de trazer esta atividade para a Feira de Cursos e Profissões é esclarecer as dúvidas dos vestibulandos interessados. “Mas só a conscientização quanto ao meio ambiente já é um grande passo”, garante.
“Nem todo corte de árvores é ruim, mas também não podemos sair desmatando tudo”, explica Carolina, no fim do passeio. É ela quem faz uma demonstração sobre o não-desperdício de água e explica que, nesta área, também é possível trabalhar com a indústria, mostrando outro lado da profissão.
Para Maria Lúcia Siqueira, vestibulanda do Colégio Marista Paranaense, que estava em dúvida entre prestar vestibular para Agronomia ou Engenharia Florestal, a trilha foi fundamental. “Eles mostraram muito bem todas as possibilidades de atuação do engenheiro florestal”, diz a jovem, que, mesmo decidida, ainda iria assistir a uma palestra do outro curso para ter certeza. “Eu acho que vou me dar bem”, comemora.